A decisão de José Sousa surge após a detenção de onze elementos da sua corporação pela Polícia Judiciária, por suspeita dos crimes de violação e coação sexual.

Numa carta aberta, o comandante, que inicialmente afirmara não se demitir, considerou não ter mais condições para se manter no cargo.

O caso ganhou contornos ainda mais graves com a revelação de que um dos principais suspeitos, conhecido como 'Xico da Serra', é reincidente, tendo sido alegadamente expulso da corporação há 16 anos por ter abusado de outro jovem no mesmo quartel. A investigação revelou que a queixa inicial da vítima demorou 11 dias a avançar para as autoridades competentes; o jovem contactou primeiro o comando e a direção, que apenas informaram da abertura de um inquérito disciplinar.

Após serem ouvidos em tribunal, os onze bombeiros saíram em liberdade, mas oito foram suspensos de funções por três meses e ficaram proibidos de contactar a vítima e de frequentar as instalações do quartel. O escândalo gerou uma onda de choque e vergonha entre os moradores do Fundão, manchando a reputação de uma instituição de confiança.