A operação da Polícia Judiciária deteve um total de 17 pessoas suspeitas de integrarem uma rede que, alegadamente, fornecia segurança ilegal e participava na exploração de trabalhadores imigrantes em explorações agrícolas na zona de Beja. A investigação aponta para uma situação de "escravatura dos tempos modernos", como descreveu a comentadora Alexandra Leitão. Contudo, o processo sofreu um revés quando o juiz de instrução criminal decretou a medida de coação mais leve, termo de identidade e residência, para os agentes detidos, alegando a ausência de escutas telefónicas transcritas, que constituíam a base do processo.

Esta decisão permitiu que os dez militares da GNR regressassem ao serviço nos seus postos habituais, deixando a instituição sem argumentos para aplicar sanções imediatas.

Em resposta, o Ministério da Administração Interna (MAI) determinou, através da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), a abertura de processos disciplinares aos onze polícias envolvidos. O Ministério Público deverá recorrer da decisão sobre as medidas de coação para o Tribunal da Relação.

O caso expôs as condições de vida precárias de muitos imigrantes, que, mesmo após a operação, continuam a viver em quartos sobrelotados e em condições desumanas, e gerou fortes críticas de comentadores, como José Pacheco Pereira, que lamentou a inação dos governos ao longo dos anos perante um problema conhecido.