Um bebé de quatro meses, sob tutela judicial, foi retirado indevidamente do Hospital de Gaia pela mãe, despoletando investigações sobre as falhas de segurança na unidade hospitalar. O caso levantou um debate nacional sobre a proteção de menores em instituições de saúde. O incidente ocorreu depois de a mãe ter sido informada por um tribunal de que a criança seria entregue a uma família de acolhimento. A mulher conseguiu remover a pulseira eletrónica de segurança da filha, que foi encontrada intacta no lixo de uma casa de banho, e abandonar o hospital sem que os alarmes fossem acionados. Este facto levantou suspeitas sobre uma possível desativação do sistema ou uma falha técnica, com fontes a sugerirem que, por vezes, os alarmes são desligados para evitar o ruído.
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Gaia-Espinho abriu um inquérito interno, com o presidente do conselho de administração, Luís da Cruz Matos, a afirmar: “Temos de retirar daqui uma aprendizagem para que isto não se repita”. Adicionalmente, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou um processo de inspeção com o “objetivo de avaliar os mecanismos de segurança naquela unidade hospitalar”.
O caso ganhou maior complexidade ao saber-se que a mãe já tinha ficado sem a guarda de outro filho.
Após cerca de 24 horas, a bebé foi entregue num posto da GNR, avaliada no hospital e posteriormente encaminhada para uma instituição de acolhimento, encontrando-se bem de saúde.
Em resumoO caso da bebé retirada do hospital pela mãe, desrespeitando uma ordem judicial, expôs graves vulnerabilidades nos sistemas de segurança hospitalar. A situação levou à abertura de inquéritos pela própria unidade de saúde e pela IGAS para apurar responsabilidades e prevenir futuros incidentes, culminando na entrega segura da criança a uma instituição.