Foi denunciado um esquema fraudulento na Amadora onde moradas de residentes são utilizadas, sem o seu conhecimento, para emitir atestados de residência para imigrantes. A denúncia partiu do presidente da Junta de Freguesia da Venteira, que foi ele próprio alvo de uma tentativa de aliciamento. O esquema consiste em usar moradas de habitações, à revelia dos seus proprietários, para certificar falsamente que dezenas de imigrantes residem nesses locais, um passo necessário para vários processos de regularização. A fraude foi exposta por João Pica, presidente da Junta de Freguesia da Venteira, que relatou ter sido aliciado no seu primeiro dia de funções para emitir um destes atestados a troco de 60 a 70 euros. Existem casos de uma única habitação estar certificada como morada de dezenas de pessoas.
O esquema envolve também pessoas que são pagas para testemunhar falsamente a residência dos imigrantes.
Para além da fraude documental, a Junta de Freguesia sinalizou situações de sobrelotação e condições de vida desumanas, como o caso de cem imigrantes a viver numa loja, estabelecimentos comerciais com colchões alugados e um alojamento local transformado em dormitório.
A autarquia prometeu combater estas situações.
A Junta da Venteira tomou também a decisão de passar a realizar os atendimentos exclusivamente em português, exigindo que os imigrantes se façam acompanhar por um tradutor, justificando a medida com o "inglês muito rudimentar" de alguns requerentes.
Em resumoUm esquema de fraude na Amadora utilizava moradas de residentes sem o seu consentimento para emitir atestados de residência a imigrantes. O presidente da Junta de Freguesia da Venteira denunciou a situação após uma tentativa de suborno, revelando também graves problemas de sobrelotação habitacional.