A longa batalha legal entre os promotores da Superliga e os organismos que regem o futebol europeu e mundial conheceu um desenvolvimento de enorme relevância. O Tribunal Provincial de Madrid considerou que a UEFA e a FIFA atribuíram a si mesmas "o poder discricionário de impedir a participação dos clubes europeus em competições alternativas", uma prática que viola as leis da concorrência. Esta sentença representa uma vitória significativa para clubes como o Real Madrid e o Barcelona, que continuam a defender o projeto.

Na sequência da decisão, o Real Madrid não perdeu tempo e comunicou a sua intenção de avançar com um pedido de indemnização à UEFA, alegando ter sido financeiramente prejudicado pelas ações do organismo sediado em Nyon. A reação da UEFA e da La Liga, no entanto, foi de desvalorização. O organismo europeu emitiu um comunicado garantindo que a decisão "não valida o projeto abandonado", enquanto o presidente da La Liga, Javier Tebas, reiterou que a sentença não constitui uma aprovação da competição dissidente. A decisão judicial abre um precedente importante e poderá ter implicações profundas na estrutura de poder do futebol europeu, reacendendo o debate sobre a governação do desporto e o direito dos clubes a organizarem as suas próprias competições, independentemente da tutela da UEFA.