O projeto, liderado pela investigadora Paula Sampaio do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), está em desenvolvimento há uma década e baseia-se numa nanopartícula de gordura (lipossoma) que transporta duas proteínas do fungo *Candida albicans*. Esta estrutura estimula o sistema imunitário a reconhecer e combater o fungo de forma eficaz. Nos testes realizados, os animais vacinados apresentaram menos sintomas, uma maior taxa de sobrevivência e uma melhoria geral do estado de saúde após a infeção. Paula Sampaio destacou que a vacina "pode vir a reduzir a mortalidade, os internamentos prolongados e os custos associados, podendo ser um avanço importante na proteção de doentes em risco". A equipa pretende agora avançar para ensaios clínicos em humanos para avaliar a segurança e eficácia da vacina. A candidíase invasiva ocorre quando o fungo *Candida albicans*, listado pela Organização Mundial da Saúde como um dos mais urgentes para investigação, entra na corrente sanguínea e infeta órgãos internos. O diagnóstico atempado é difícil e os tratamentos existentes enfrentam desafios como a toxicidade e a resistência aos antifúngicos. A criação de uma vacina preventiva seria, por isso, um avanço transformador na medicina.
