Os cientistas analisaram amostras de cérebro post-mortem e descobriram que, embora o VHC não estivesse presente no tecido cerebral em si, a sua presença no revestimento protetor estava associada a uma expressão genética alterada no hipocampo, uma região cerebral crucial para a memória e emoção. Esta descoberta sugere que o vírus, mesmo atuando à margem do cérebro, pode exercer uma influência significativa. Para validar os resultados, a equipa analisou um vasto banco de dados de saúde com 285 milhões de pacientes. A análise confirmou uma prevalência muito maior do VHC em pacientes com esquizofrenia (3,5%) e transtorno bipolar (3,9%) em comparação com a população de controlo (0,5%). Sarven Sabunciyan, neurocientista da Johns Hopkins, afirmou que as descobertas oferecem esperança para novas abordagens terapêuticas. "É possível que algumas pessoas tenham sintomas psiquiátricos porque têm uma infeção e, como a infeção por hepatite C é tratável, pode ser possível que esse subconjunto de pacientes seja tratado com medicamentos antivirais", concluiu.
