Uma das revelações mais recentes e significativas provém de um estudo da Universidade Johns Hopkins, que encontrou uma associação entre o vírus da hepatite C (VHC) e transtornos de saúde mental como a esquizofrenia e o transtorno bipolar. A investigação, que analisou amostras cerebrais post-mortem, detetou vestígios do VHC no plexo coroide, a estrutura que protege o cérebro, e uma prevalência do vírus sete vezes superior em doentes com estas condições psiquiátricas em comparação com a população de controlo. Sarven Sabunciyan, neurocientista da Johns Hopkins, sugere que “é possível que algumas pessoas tenham sintomas psiquiátricos porque têm uma infeção”, abrindo a porta à possibilidade de tratar esses sintomas com medicamentos antivirais. Paralelamente, registam-se avanços no tratamento da hepatite D, a forma mais grave de hepatite viral, com a recente aprovação de um tratamento eficaz pelo Infarmed. Apesar dos progressos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que as hepatites B e C ainda causam 8.000 novas infeções diárias a nível global, reforçando a necessidade de manter o foco no objetivo de eliminação até 2030.
