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Atualidade July 31, 2025

Vírus respiratórios podem reativar células de cancro da mama adormecidas

Uma nova investigação científica revelou uma ligação preocupante entre infeções por vírus respiratórios comuns, como a gripe e o SARS-CoV-2, e a reincidência do cancro da mama. O estudo sugere que a inflamação causada por estes vírus pode "despertar" células cancerígenas adormecidas nos pulmões, levando ao desenvolvimento de metástases.

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Publicado na revista científica *Nature*, o estudo liderado por cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e Países Baixos, procurou compreender o aumento das taxas de mortalidade por cancro durante a pandemia de COVID-19. A equipa de investigação expôs ratos com células de cancro da mama adormecidas nos pulmões aos vírus da gripe e do SARS-CoV-2. Em ambos os casos, as infeções desencadearam o despertar das células cancerígenas, resultando numa "expansão maciça de células metastáticas" e no aparecimento de lesões em poucas semanas. O investigador James DeGregori resumiu o processo de forma elucidativa: "As células cancerígenas inativas são como as brasas deixadas numa fogueira abandonada, e os vírus respiratórios são como um vento forte a reacender as chamas". A análise molecular revelou que o mecanismo é impulsionado pela interleucina-6 (IL-6), uma proteína libertada pelas células imunitárias em resposta à infeção. Esta descoberta levou o codiretor do estudo, Julio Aguirre-Ghiso, a sugerir que "o uso de inibidores da IL-6 ou outras imunoterapias dirigidas poderá prevenir ou reduzir o ressurgimento de metástases após uma infeção viral". Para validar estas conclusões em humanos, os cientistas analisaram duas grandes bases de dados, o UK Biobank e o Flatiron Health. Os resultados corroboraram a hipótese: doentes oncológicos que testaram positivo para o SARS-CoV-2 apresentaram um aumento de duas vezes nas mortes relacionadas com cancro e um risco 40% superior de doença metastática pulmonar. Perante estas evidências, Aguirre-Ghiso sublinhou a importância de medidas preventivas, afirmando que "as pessoas com um historial de cancro podem precaver-se contra os vírus respiratórios, como vacinar-se sempre que possível".

ai briefingEm resumo
O estudo estabelece uma ligação causal entre vírus respiratórios e a recidiva do cancro da mama, identificando a proteína IL-6 como um mediador crucial. As descobertas reforçam a importância da vacinação para doentes oncológicos em remissão e abrem caminho para novas estratégias terapêuticas, como o uso de inibidores de IL-6, para mitigar o risco de metástases pós-infeção.

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