Num estudo publicado na revista *Nature Biomedical Engineering*, uma equipa de investigadores da Universidade da Flórida detalhou como a combinação de uma vacina de mRNA com medicamentos de imunoterapia, conhecidos como inibidores do ponto de controlo imunitário, fortaleceu o sistema imunitário dos roedores para combater tumores. A descoberta foi descrita como "muito inesperada e empolgante" por Elias Sayour, oncologista pediátrico e líder do estudo. Ao contrário de outras abordagens, esta vacina não é específica para um tipo de tumor, mas funciona como um estímulo geral ao sistema imunitário. "Esta descoberta é uma prova de conceito de que essas vacinas podem ser comercializadas como vacinas universais contra o cancro, para sensibilizar o sistema imunitário contra o tumor individual de cada paciente", afirmou Sayour. A necessidade de novas terapias é urgente, especialmente para cancros agressivos como o do pâncreas, que tem uma taxa de sobrevivência a cinco anos inferior a 10%. O coautor do estudo, Duane Mitchell, explicou o potencial da nova abordagem: "O que descobrimos é que, ao usar uma vacina projetada não para atingir especificamente o cancro, mas sim para estimular uma forte resposta imunitária, conseguimos induzir uma reação anticancro muito forte". Mitchell acredita que isto tem um "potencial significativo para ser amplamente utilizado em pacientes com cancro", podendo levar a uma vacina "pronta para uso". A equipa está agora a trabalhar para iniciar um ensaio clínico em humanos. Sayour concluiu com otimismo, afirmando que "esta poderia ser uma abordagem viável para todos os pacientes com cancro".
