Com a previsão de uma onda de calor pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Infarmed destacou que fármacos como diuréticos, antidepressivos, anti-hipertensores ou antipsicóticos podem interferir com os mecanismos de regulação térmica do corpo. A situação é "particularmente relevante em idosos, doentes crónicos, pessoas com obesidade, crianças e acamados", grupos que têm maior dificuldade em adaptar-se ao calor. Márcia Silva, da Direção de Gestão do Risco de Medicamentos do Infarmed, esclareceu que, embora os medicamentos não representem um risco por si só quando usados corretamente, existem fatores de saúde que diminuem a capacidade de resistir às altas temperaturas. A autoridade sublinha a importância de guardar e transportar os medicamentos de acordo com as indicações do folheto informativo, pois o calor pode alterar as suas propriedades. Fármacos que necessitam de refrigeração (entre 2°C e 8°C) devem ser transportados em sacos isotérmicos refrigerados, sem congelar. O Infarmed aconselha os doentes a não interromperem os seus tratamentos sem indicação médica, pois tal decisão pode acarretar "complicações graves". Recomenda-se também não consumir bebidas alcoólicas, que agravam a desidratação, e não tomar qualquer medicamento sem a orientação de um profissional de saúde, mesmo os que não necessitam de receita médica. Para esclarecer dúvidas, o Infarmed disponibiliza o documento "Medicamentos e calor" no seu site oficial.
