Os primeiros testes de segurança em humanos foram concluídos com sucesso, representando um avanço significativo na partilha de responsabilidades contracetivas e na expansão das opções disponíveis para os homens. Atualmente, as opções contracetivas para homens limitam-se ao uso de preservativos, que não são totalmente eficazes, e à vasectomia, um procedimento considerado irreversível e, por isso, pouco ideal para muitos.
A procura por alternativas seguras, eficazes e reversíveis tem sido um dos grandes desafios da medicina reprodutiva nas últimas décadas.
A notícia de que uma pílula contracetiva masculina passou com sucesso nos primeiros ensaios de segurança em humanos é, por isso, um marco histórico. Embora os artigos não detalhem o mecanismo de ação específico do fármaco, o facto de ser não hormonal é um dos seus maiores trunfos.
As abordagens hormonais testadas no passado enfrentaram obstáculos significativos devido a efeitos secundários indesejados, semelhantes aos experienciados por muitas mulheres com contracetivos hormonais, como alterações de humor ou acne.
Uma solução não hormonal contorna estes problemas, aumentando a probabilidade de uma maior aceitação e adesão por parte dos utilizadores. Este avanço é fundamental não só do ponto de vista médico, mas também social, pois promove uma maior equidade de género na contraceção. A responsabilidade do planeamento familiar tem recaído historicamente sobre as mulheres, que dispõem de uma vasta gama de opções, mas que acarretam custos, efeitos secundários e riscos para a saúde. A introdução de uma pílula masculina viável permitiria uma partilha mais equilibrada dessa responsabilidade entre os casais.