Um estudo recente demonstrou que este gene se está a disseminar globalmente através de um elemento genético móvel, o que facilita a sua transferência entre diferentes espécies de bactérias Gram-positivas.
Esta mobilidade genética é particularmente alarmante, pois permite que bactérias já resistentes a outros medicamentos adquiram uma nova “armadura”, tornando-se virtualmente intratáveis.
A investigação detetou o gene em amostras humanas, animais e ambientais em pelo menos seis países, incluindo na Europa. A situação é agravada pela notícia de que uma estirpe específica de bactéria resistente, identificada pela primeira vez nos Países Baixos e na Alemanha há quase uma década, já se propagou a pelo menos nove outros países europeus. Este cenário ilustra a rapidez com que as superbactérias podem cruzar fronteiras, impulsionadas pelo uso excessivo de antibióticos na medicina humana e na agropecuária, bem como pela poluição ambiental.
A crise da resistência antimicrobiana ameaça reverter décadas de progresso médico, tornando procedimentos comuns, como cirurgias ou quimioterapia, extremamente arriscados.
A comunidade científica apela a uma vigilância genómica mais robusta, ao desenvolvimento de novas terapias, como os bacteriófagos, e a uma gestão mais rigorosa do uso de antibióticos para evitar uma era pós-antibiótica.