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Atualidade August 3, 2025

Vírus da Hepatite C Associado a Esquizofrenia e Perturbação Bipolar

Uma nova investigação estabelece uma ligação significativa entre o vírus da hepatite C (VHC) e distúrbios de saúde mental como a esquizofrenia e a perturbação bipolar.

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A descoberta, que encontrou vestígios do vírus no revestimento protetor do cérebro, sugere que o tratamento de infeções por VHC com antivirais poderá aliviar sintomas psiquiátricos num subconjunto de doentes. O estudo, publicado na revista Translational Psychiatry, analisou amostras de cérebro post-mortem e encontrou sequências virais de VHC no plexo coroide — uma estrutura que produz o líquido cefalorraquidiano e protege o cérebro — de doentes diagnosticados com esquizofrenia e perturbação bipolar, mas não no grupo de controlo. Esta associação foi corroborada por uma análise a uma vasta base de dados de saúde com 285 milhões de doentes, que revelou que a prevalência de VHC era sete vezes superior em pessoas com estes diagnósticos psiquiátricos.

Embora o vírus não tenha sido encontrado diretamente no tecido cerebral, como o hipocampo, os investigadores notaram que a sua presença no revestimento estava associada a uma expressão genética alterada nessa região, sugerindo que o VHC pode exercer a sua influência à distância.

Segundo o neurocientista Sarven Sabunciyan, da Johns Hopkins, estas descobertas abrem a porta a uma nova abordagem terapêutica: “é possível que algumas pessoas tenham sintomas psiquiátricos porque têm uma infeção e, como a infeção por hepatite C é tratável, pode ser possível que esse subconjunto de doentes seja tratado com medicamentos antivirais e não precise de lidar com sintomas psiquiátricos”. Com tratamentos para a hepatite C a atingirem taxas de cura superiores a 97%, esta investigação pode revolucionar a forma como se encaram certas doenças mentais, passando de uma condição puramente psiquiátrica para uma com uma componente infeciosa tratável.

ai briefingEm resumo
A associação entre o vírus da hepatite C e doenças mentais graves abre uma nova fronteira na neuropsiquiatria. A investigação sugere que, para alguns doentes, os sintomas psiquiátricos podem ter uma origem infeciosa, o que implica que tratamentos antivirais eficazes para a hepatite C poderiam, no futuro, tornar-se uma ferramenta terapêutica para a saúde mental.

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