Um estudo liderado pelo investigador Agostinho Carvalho, da Universidade do Minho, garantiu um financiamento superior a 450 mil dólares (cerca de 390 mil euros) da Ann Theodore Foundation, dos EUA, para desvendar os mecanismos da doença. A pesquisa, com duração de dois anos, está a ser realizada no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da UMinho.
O projeto foca-se em perceber como os macrófagos, células do sistema imunitário, alteram o seu comportamento em resposta a agressões como bactérias ou partículas estranhas, levando à formação de aglomerados que geram uma inflamação que pode tornar-se crónica e grave. Os cientistas irão analisar especificamente o papel de pequenas “bolsas” no interior dos macrófagos, que engolem e digerem partículas, para perceber se a sua dinâmica influencia o desenvolvimento da sarcoidose.
A doença afeta anualmente até 40 em cada 100.000 pessoas no mundo e manifesta-se com sintomas como fadiga, falta de ar, tosse e perda de peso, comprometendo a qualidade de vida de pessoas em idade ativa. Agostinho Carvalho explica que, “através da combinação de modelos celulares, metodologias de ponta e amostras de doentes, pretendemos clarificar como estes mecanismos influenciam o início e a evolução clínica da sarcoidose”.
A investigação conta com a colaboração do pneumologista Hélder Bastos e do consórcio FIBRALUNG, o maior registo de doentes e biobanco dedicado a doenças pulmonares intersticiais em Portugal. A seleção do projeto do ICVS reforça a projeção internacional da UMinho na ciência biomédica.