A investigação, publicada na revista científica Cell Reports, focou-se nas microglias, as principais células imunitárias do cérebro, e revelou como a sua eficácia varia desde o nascimento até à velhice. As microglias são consideradas as “sentinelas do cérebro”, desempenhando um papel essencial no combate a infeções e patogénios.

No entanto, o seu comportamento ao longo da vida era pouco compreendido.

Utilizando um modelo animal e tecnologia de imagem avançada, como a microscopia de dois fotões e laser de alta precisão para simular lesões, a equipa descobriu que a idade tem um “impacto marcante” na sua dinâmica.

Durante o período neonatal, as microglias são muito dinâmicas, mas a sua resposta a lesões é “tardia e exagerada”.

Na idade adulta, apresentam uma elevada eficácia na resposta aos danos.

Contudo, no envelhecimento, estas células perdem complexidade e capacidade de reação, tornando-se mais lentas.

Esta investigação, realizada em colaboração com o Seattle Children’s Research Institute, ajuda a compreender por que existem diferentes vulnerabilidades a doenças neurológicas em diferentes fases da vida, como doenças do neurodesenvolvimento em idades precoces ou défices de resposta em idades mais avançadas.

Vanessa Coelho-Santos afirma que, ao perceber como as microglias atuam, será possível “futuramente, criar terapêuticas mais personalizadas”.