A descoberta, publicada na revista *Cell Reports Medicine*, centra-se numa molécula de açúcar chamada 'nLc4', que pode ser detetada na urina. Atualmente, o diagnóstico é feito maioritariamente através de cistoscopia, um exame endoscópico que pode ser desconfortável.

A investigadora Inês Moreira, primeira autora do trabalho, afirmou à Lusa: "Com a nossa descoberta, duas gotas de urina podem ser suficientes para detetar o cancro da bexiga sem exames invasivos, uma alternativa mais cómoda, rápida e acessível". A deteção do nLc4 é particularmente relevante para a forma músculo-invasiva da doença, que é a mais grave e agressiva.

O estudo, conduzido na Alemanha, analisou amostras de tecido e urina de doentes com cancro da bexiga em diferentes estádios, comparando-as com amostras de pessoas saudáveis. Os resultados mostraram que o nível de nLc4 aumenta com a progressão da doença, sendo libertado pelas células tumorais para a urina. A equipa espera agora validar os resultados numa amostra maior de doentes e, posteriormente, desenvolver um teste de urina que auxilie os médicos na escolha do tratamento mais adequado.