Associações que representam milhares de doentes crónicos acusam o Estado e as unidades locais de saúde de discriminação no acesso a medicamentos biológicos para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). As queixas centram-se nos longos tempos de espera para consultas, na recusa de autorização por parte dos hospitais e na violação de uma portaria que permite a prescrição no setor privado. A DPOC é uma condição que afeta mais de 800 mil pessoas em Portugal, e para muitos, os medicamentos biológicos representam uma terapêutica avançada e essencial para o controlo da doença.
No entanto, o acesso a estes tratamentos está a ser dificultado por várias barreiras burocráticas e administrativas.
As associações de doentes apontam para "longos tempos de espera para primeira consulta", o que atrasa o início de um tratamento que pode ser crucial. Além disso, denunciam a "falta de autorização dos hospitais" para a dispensa destes fármacos, mesmo quando prescritos.
Outro ponto de conflito é a alegada "violação da portaria que permite também a prescrição nos privados", sugerindo que o sistema público está a criar entraves ao acesso através de vias alternativas legalmente previstas. Esta situação cria um cenário de desigualdade, onde o acesso a tratamentos inovadores parece depender mais de fatores administrativos do que de critérios clínicos, afetando a qualidade de vida de uma população de doentes vasta e vulnerável.
Em resumoO acesso a medicamentos biológicos para os mais de 800 mil doentes com DPOC em Portugal está a ser dificultado por demoras em consultas, entraves burocráticos nos hospitais e desrespeito pelas regras de prescrição no setor privado. As associações de doentes denunciam uma situação de discriminação que impede o tratamento adequado desta doença crónica.