Portugal registou um aumento preocupante no número de óbitos por Covid-19 no início de agosto, com um pico de 11 mortes num único dia, o valor mais elevado desde julho de 2024. A Direção-Geral da Saúde (DGS) associa esta subida à circulação de novas linhagens da variante Ómicron, gerando debate sobre a vigilância e as medidas de saúde pública. Os dados da DGS indicam que 38 pessoas morreram nos primeiros dez dias de agosto, com o dia 5 a registar o pico de 11 óbitos. Este ressurgimento está a ser ligado pela autoridade de saúde à “deteção de novas linhagens da variante Ómicron em Portugal, como no resto da Europa, incluindo a NB.1.8.1., a LP.8.1.
e a XFG”.
Embora a DGS, em linha com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, saliente que estas linhagens “não aparentam estar associadas a um aumento da gravidade da infeção”, o aumento de casos e mortes reavivou a preocupação pública. O pneumologista Filipe Froes alertou que “o número de óbitos praticamente duplica todos os meses desde março último” e que o “vírus veio para ficar”, o que “levanta sempre preocupação”. Em contraponto, a Associação dos Médicos de Saúde Pública considerou que os números não são “razão de preocupação”. A situação evidencia o desafio contínuo da gestão da pandemia, num equilíbrio entre a avaliação científica do risco e a comunicação à população, numa fase em que as medidas de proteção individual, como o uso de máscara, são apenas recomendadas em situações específicas e não obrigatórias.
Em resumoUm pico de mortes por Covid-19 no início de agosto, atribuído pela DGS a novas subvariantes da Ómicron, reabriu o debate sobre o impacto atual do vírus. Apesar de as autoridades de saúde indicarem não haver um aumento da gravidade, a subida de óbitos sublinha a persistência da doença e a necessidade de vigilância contínua.