As conclusões apontam para equipas subdimensionadas e condições de trabalho degradantes, que dificultam a prestação de cuidados dignos a doentes em fim de vida.
O estudo, realizado entre maio e junho com 160 médicos da área, mostra um cenário de grande pressão profissional. Quatro em cada dez médicos dedicam 40 horas ou mais por semana exclusivamente a cuidados paliativos, com muitos a acumularem estas funções com as das suas especialidades de origem, o que intensifica o desgaste e eleva o risco de burnout. Os profissionais inquiridos, maioritariamente especialistas em Medicina Geral e Familiar (41%) e Medicina Interna (39%), queixam-se também de "dificuldades de progressão na carreira" e de falta de conciliação entre o trabalho e a formação contínua. Perante estes resultados, a FNAM acusa o Governo de estar a falhar aos doentes em fim de vida e exige um reforço urgente de recursos humanos e materiais. A federação sindical defende ainda a autonomia das Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP) e das Equipas Intra-Hospitalares, para que não fiquem dependentes de outros serviços e possam funcionar de forma mais eficaz. A FNAM argumenta que a falta de condições de trabalho e de reconhecimento profissional está a comprometer uma área essencial da medicina, que lida com a gestão da dor e do sofrimento em fases avançadas da doença.














