As autoridades de saúde europeias alertam para um aumento recorde de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, chikungunya e vírus do Nilo Ocidental, considerando esta uma nova normalidade impulsionada pelas alterações climáticas. A situação evidencia a necessidade de reforçar a vigilância e as medidas de prevenção, incluindo o desenvolvimento de vacinas. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) reportou centenas de casos destas infeções na Europa nos primeiros oito meses de 2025, uma tendência associada a verões mais longos e quentes que favorecem a proliferação dos mosquitos vetores.
O vírus do Nilo Ocidental foi o mais prevalente, com Itália a registar 274 casos e pelo menos 10 mortes.
A chikungunya também ganhou expressão, com França a confirmar 111 casos.
Embora não seja endémica no continente, o clima tem criado condições favoráveis à sua circulação.
Existem duas vacinas aprovadas na União Europeia para esta doença.
O vírus da dengue foi identificado em França, Itália e Portugal (Madeira).
A Organização Mundial da Saúde estima entre 100 a 400 milhões de infeções anuais a nível global e, como não existe tratamento específico, a prevenção através da eliminação de águas paradas e da proteção contra picadas é a principal arma. Os especialistas consideram que a expansão destes vírus em território europeu é um reflexo direto do impacto das alterações climáticas e da mobilidade internacional, exigindo uma resposta de saúde pública robusta e coordenada.
Em resumoA Europa enfrenta uma crescente ameaça de doenças transmitidas por mosquitos, que deixaram de ser uma preocupação exclusiva de regiões tropicais. O aumento de casos de dengue, chikungunya e vírus do Nilo Ocidental, associado às alterações climáticas, impõe um reforço da vigilância epidemiológica e das estratégias de prevenção, uma vez que as opções de tratamento e vacinação são ainda limitadas para algumas destas doenças.