A decisão levanta questões sobre a segurança do imunizante, que já tinha sido alvo de restrições na Europa.

A suspensão da vacina Ixchiq pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA representa um revés significativo na luta contra o chikungunya, uma doença viral transmitida por mosquitos do género Aedes que provoca febre e dores articulares incapacitantes. A medida foi motivada por relatos de “vários efeitos secundários graves”, incluindo problemas cardíacos e neurológicos, que levaram a FDA a concluir que os benefícios da vacina “não superaram” os riscos. A situação agrava-se com a informação de que uma morte foi relacionada com o imunizante. Esta decisão não é um caso isolado; França já havia suspendido a vacina e, no espaço da União Europeia, a sua utilização fora limitada a pessoas com menos de 65 anos, na sequência de um surto nas Ilhas Reunião que resultou em vinte casos de efeitos adversos graves em idosos.

O laboratório Valneva considerou a medida “súbita”, argumentando que os efeitos secundários recentemente reportados eram comparáveis aos já conhecidos.

A controvérsia em torno da vacina surge num contexto de crescente preocupação com o potencial pandémico do vírus, cuja presença já foi identificada em Portugal, tanto na Madeira como no continente, tornando o desenvolvimento de uma vacina segura uma prioridade de saúde pública.