A Direção-Geral da Saúde (DGS) alargou o acesso gratuito à vacinação contra a gripe zoonótica, como a gripe das aves, a novos grupos profissionais com risco de exposição. A medida visa mitigar o risco de uma pandemia de origem animal, atuando de forma preventiva junto de populações em contacto direto com potenciais fontes de infeção. A nova norma da DGS define como elegíveis para a vacina os trabalhadores de equipas de resposta rápida a focos de gripe zoonótica, profissionais de laboratório que manipulam amostras potencialmente contaminadas e funcionários de Centros de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS), do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e vigilantes da natureza. A estratégia de vacinação tem como objetivo principal “diminuir o risco de transmissão de vírus influenza zoonóticos de animais infetados para pessoas expostas” e, consequentemente, o “risco de ocorrência de surtos em humanos”.
A DGS sublinha que a transmissão do vírus H5N1 para humanos é um evento raro, mas que, caso ocorra, pode manifestar-se com um quadro clínico grave.
A transmissão ocorre maioritariamente em contextos de exposição profissional por contacto direto com animais infetados.
A autoridade de saúde reforça que, até à data, não existe prova de que a gripe das aves possa ser transmitida a humanos através do consumo de carne de aves ou ovos. Adicionalmente, é recomendada a vacinação sazonal contra a gripe a estes grupos, como forma de diminuir o risco de coinfeção e de rearranjo genético entre diferentes vírus, um mecanismo que pode dar origem a novas estirpes pandémicas.
Esta medida preventiva reflete uma abordagem de saúde pública proativa, focada na interface entre a saúde humana e animal para evitar futuras crises sanitárias.
Em resumoA DGS expandiu o acesso gratuito à vacina contra a gripe zoonótica a profissionais como os vigilantes da natureza, numa estratégia preventiva para conter a transmissão de vírus como o da gripe das aves. Esta medida de pré-exposição visa mitigar o risco de uma pandemia, reconhecendo que, embora a transmissão para humanos seja rara, as suas consequências podem ser severas, reforçando a importância da vigilância na interface saúde humana-animal.