Esta descoberta poderá alterar as diretrizes terapêuticas para milhões de doentes com doença coronária. O estudo, apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, analisou dados de mais de 29 mil doentes com doença coronária.

Os resultados indicam que a monoterapia a longo prazo com clopidogrel oferece uma "proteção superior contra eventos cardiovasculares e cerebrovasculares graves em comparação com a aspirina". Concretamente, os doentes a tomar clopidogrel apresentaram um risco 14% menor de sofrer problemas cardíacos e cerebrais em comparação com os que tomaram aspirina, sem que se verificasse um aumento do risco de outras complicações, como hemorragias graves. Durante muitos anos, uma dose baixa diária de aspirina foi o tratamento padrão para prevenir a formação de coágulos sanguíneos nestes doentes.

Os autores do estudo afirmam que a "eficácia superior do clopidogrel em relação à aspirina foi consistente em vários subgrupos importantes".

O médico Bryan Williams, citado num dos artigos, considera que estas descobertas "provavelmente impactam os medicamentos que os médicos prescrevem aos seus pacientes para reduzir o risco de problemas cardíacos no futuro". Embora os resultados sejam promissores, os especialistas defendem a necessidade de mais estudos antes de se tornar uma diretriz aceite, mas assinalam uma potencial mudança significativa nas estratégias de prevenção cardiovascular.