A decisão baseia-se no declínio sustentado de casos e mortes a nível global, embora países como Moçambique continuem a registar surtos e a aguardar a chegada de vacinas. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fundamentou a decisão numa recomendação do comité de emergência, que citou a diminuição de casos na República Democrática do Congo e noutros países afetados. No entanto, o responsável alertou que o levantamento do alerta "não significa que a ameaça tenha terminado", nem que a resposta da OMS irá cessar.

Esta declaração global contrasta com a realidade vivida em algumas regiões de África. Em Moçambique, o número de casos continua a subir, com a província de Niassa como epicentro e a confirmação do primeiro caso em Cabo Delgado. Em resposta, o governo moçambicano anunciou que espera receber vacinas ainda este mês e reforçou a vigilância nas fronteiras com equipas de rastreio. O país dispõe de capacidade de testagem em todas as capitais provinciais. De forma semelhante, Cabo Verde, após a confirmação de um caso no vizinho Senegal, reativou a sua equipa técnica de resposta rápida e atualizou o plano de contingência, que prevê a preparação para uma eventual vacinação. A situação ilustra uma dupla realidade: enquanto a ameaça global diminui de intensidade, a vigilância e a preparação para a vacinação continuam a ser cruciais a nível regional para controlar surtos ativos e prevenir a reintrodução do vírus.