Especialistas sublinham a importância de análises de rotina para detetar a doença em fases assintomáticas, permitindo retardar a sua progressão e evitar a necessidade de transplante hepático.

A CBP é uma doença crónica que afeta maioritariamente mulheres entre os 40 e os 60 anos, na qual o sistema imunitário ataca as pequenas vias biliares do fígado.

Numa fase inicial, a maioria dos casos é assintomática, o que torna o diagnóstico precoce um desafio e, ao mesmo tempo, uma prioridade.

Segundo a gastrenterologista Joana Nunes, o sinal de alerta surge frequentemente em análises de rotina, através de uma alteração da fosfatase alcalina (FA). Perante uma elevação deste valor, o passo seguinte é a realização de uma análise específica ao anticorpo anti-mitocondrial (AMA).

Um resultado positivo neste exame, combinado com a FA elevada, é suficiente para confirmar o diagnóstico.

Uma vez diagnosticada, a CBP pode ser controlada com medicação.

O principal tratamento é o ácido ursodesoxicólico, um fármaco oral que melhora o fluxo da bílis e reduz a sua acumulação no fígado, conseguindo evitar a progressão da doença na maioria dos casos.

Para os 30% a 40% de doentes que não respondem adequadamente, existem outras alternativas terapêuticas.

Quando a doença é diagnosticada tardiamente, já em fase de cirrose ou insuficiência hepática, o transplante pode ser a única solução.

Assim, a deteção precoce é fundamental para garantir uma boa qualidade de vida a longo prazo.