O caso expôs falhas na disponibilidade de antivenenos em hospitais regionais e na coordenação da resposta de emergência.
O incidente, descrito nas redes sociais como uma “tragicomédia real”, começou quando a vítima, após ser mordida, ligou para o 112 e foi transportada para o Hospital de Portalegre.
No entanto, esta unidade hospitalar não dispunha do antídoto.
Fátima Rato, responsável pelo Centro de Informação Antivenenos (CIAV), confirmou que “o Hospital de Portalegre realmente, na altura, não tinha disponível o antídoto”. A solução passou por transferir o doente para o Hospital de São José, em Lisboa, que, por sua vez, também não possuía o soro mais adequado e teve de o solicitar ao Hospital de Santa Maria.
Todo o processo culminou na administração do fármaco dez horas após a picada, quatro horas além do tempo máximo recomendado.
Durante a espera, o homem sofreu dores “insuportáveis” e o dedo afetado começou a necrosar, exigindo tratamento posterior com oxigenoterapia hiperbárica.
Em resposta, a Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo (ULSAA) afirmou que estes casos são “pontuais” e que “o antídoto existente está apenas disponível em hospitais centrais”, embora esteja a “desenvolver esforços” para o adquirir. O episódio levanta sérias questões sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde em zonas do interior e a necessidade de descentralizar recursos médicos essenciais para emergências.














