A iniciativa visou quebrar mitos e dar visibilidade a uma condição que, segundo um estudo recente, leva 93% dos doentes a sentirem-se incompreendidos.

Filipe Palavra, presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, descreve o retrato da enxaqueca em Portugal como “paradoxal”: uma doença altamente prevalente para a qual existem avanços científicos relevantes, como os anticorpos monoclonais e os gepants, mas onde persistem barreiras de acesso e tratamento.

A maioria dos doentes ainda recorre a fármacos clássicos, ficando privada de soluções que poderiam transformar as suas vidas.

A enxaqueca distingue-se de uma dor de cabeça comum por ser uma cefaleia primária, com dor pulsátil, náuseas, vómitos e sensibilidade à luz e ao som, podendo durar até 72 horas e tornar-se crónica. Os especialistas defendem que a enxaqueca deve ser assumida como uma prioridade de saúde pública, reforçando a literacia e garantindo o acesso equitativo a tratamentos.