A investigação, publicada na revista científica Cell Reports Medicine, constitui um "avanço significativo no campo da imunoterapia".
A terapia baseia-se na modificação genética de linfócitos T do próprio doente, equipando-os com recetores artificiais (CARs) desenhados para reconhecer um glicano específico, o Sialyl-Tn (STn), que se encontra abundantemente na superfície de células tumorais mas está ausente em tecidos saudáveis.
Segundo Rafaela Abrantes, primeira autora do artigo, a equipa desenvolveu um novo anticorpo que reconhece exclusivamente este glicano, a partir do qual foi construído o recetor artificial.
As células CAR T resultantes demonstraram ser "altamente eficazes no reconhecimento e eliminação seletiva de células tumorais".
O coordenador da investigação, Celso A. Reis, acrescentou que a terapia foi testada em vários modelos pré-clínicos, incluindo organoides e modelos animais, mostrando uma eliminação eficaz das células malignas. Um aspeto crucial é a segurança do tratamento: "Dada a elevada especificidade da terapia desenvolvida, não foram observados sinais de toxicidade nem efeitos adversos em modelos pré-clinicos", assegura o i3S.
Esta estratégia promissora poderá, num futuro próximo, ser aplicada no tratamento de doentes com cancros de difícil abordagem clínica.














