A decisão surge num momento crítico, em que o país enfrenta a pior epidemia de sarampo em mais de 30 anos. A nova orientação do Comité Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP) recomenda a descontinuação da vacina combinada contra o sarampo, papeira, rubéola e varicela para crianças com menos de quatro anos. Em alternativa, sugere a administração de duas injeções separadas: uma para o sarampo, papeira e rubéola (VASPR) e outra para a varicela.
A justificação apresentada baseia-se no risco de "efeitos secundários mínimos e inofensivos" associados à vacina combinada.
Esta decisão, vinda de um comité ligado a uma proeminente figura do movimento antivacinas, foi recebida com forte oposição da comunidade científica.
Especialistas como a epidemiologista Syra Madad e o pediatra Sean O’Leary alertam que a medida irá semear dúvidas desnecessariamente e complicar o acesso à vacinação.
O'Leary classificou-a como "mais uma estratégia para assustar os pais".
O contexto desta mudança é particularmente preocupante, dado o declínio das taxas de vacinação no país desde a pandemia de covid-19, que caíram de 95% em 2019 para 92,5% em 2024 a nível nacional, com estados como o Idaho a registar valores abaixo dos 80%. Como consequência direta, os Estados Unidos enfrentam em 2025 a sua pior epidemia de sarampo em mais de 30 anos, que já resultou em três mortes, incluindo duas crianças. Críticos, como o especialista em doenças infecciosas Wilbur Chen, acusam o comité de não ter intenção de debater com base em ciência sólida, mas de apenas repetir "informações falsas e falsificadas".