A discussão abrange desde os efeitos secundários, como a pele flácida, até às implicações económicas da expiração de patentes.
A popularidade destes medicamentos, originalmente desenvolvidos para a diabetes tipo 2, expandiu-se massivamente para o tratamento da obesidade, gerando uma procura sem precedentes.
Vários artigos destacam a eficácia destes fármacos, que atuam sobre os recetores GLP-1, na promoção de perdas de peso significativas.
No entanto, alertam para uma série de preocupações e efeitos secundários.
O endocrinologista Francisco Sousa Santos adverte que a sua utilização para fins estéticos equivale a “fazer experiências com o nosso próprio corpo”, sublinhando que os riscos a longo prazo são desconhecidos. Entre os efeitos adversos documentados está o aparecimento de “pele flácida”, um resultado inesperado para muitos utilizadores que, após perderem dezenas de quilos, enfrentam um novo desafio para a sua autoestima.
Outro estudo aponta que medicamentos como Wegovy, Ozempic e Mounjaro podem alterar o sabor dos alimentos, o que contribui para a redução do apetite. Para além das questões de saúde, o tema tem uma vertente económica relevante: as patentes do Ozempic expiram em 2026, e a indústria farmacêutica indiana já se prepara para produzir versões genéricas, o que poderá revolucionar o acesso a estas terapias, que atualmente têm um custo elevado.
Esta perspetiva de maior acessibilidade intensifica a necessidade de um debate informado sobre a utilização responsável destes medicamentos.














