O tratamento da obesidade prepara-se para uma nova fase com o desenvolvimento de fármacos orais, como o orforglipron, que prometem uma eficácia substancial na perda de peso, apresentando-se como uma alternativa mais acessível às populares injeções como Ozempic e Mounjaro. Simultaneamente, as autoridades de saúde alertam para os perigos da venda de versões contrafeitas destes medicamentos na internet. A farmacêutica Eli Lilly apresentou resultados de um ensaio clínico com o orforglipron, um comprimido diário que, na sua dose mais elevada, permitiu uma redução de peso de 20% ou mais em 72 semanas. O fármaco atua sobre os mesmos recetores GLP-1 que as injeções, mas a sua administração oral poderá “significar uma expansão das intervenções contra a obesidade para grupos que atualmente são excluídos devido ao custo e à falta de acesso a medicamentos injetáveis”.
Os efeitos adversos mais comuns foram gastrointestinais, de intensidade ligeira a moderada.
O sucesso destes tratamentos, no entanto, também traz desafios.
O endocrinologista Francisco Sousa Santos alerta que utilizar estas injeções para emagrecer “é fazer experiências com o nosso próprio corpo”, pois os riscos a longo prazo são desconhecidos.
Além disso, a elevada procura criou um mercado paralelo perigoso.
O Infarmed alertou para a “crescente deteção de medicamentos contrafeitos para diabetes e perda de peso à venda em sites ilegais”, sublinhando que o seu consumo pode ter “graves consequências para a saúde”. Outro efeito secundário inesperado, destacado por alguns utentes, é o aparecimento de pele flácida após perdas de peso significativas, afetando a autoestima.
Em resumoA chegada de tratamentos orais eficazes como o orforglipron pode democratizar o combate à obesidade. No entanto, o fenómeno é acompanhado por riscos significativos, desde o mercado de contrafação a efeitos secundários físicos e estéticos, exigindo uma abordagem cautelosa e acompanhamento médico rigoroso.