A sugestão desencadeou um debate no setor da saúde, com reações divergentes por parte de médicos e administradores hospitalares.
A proposta da ANF não visa permitir que os farmacêuticos diagnostiquem ou prescrevam medicamentos de forma autónoma.
Em vez disso, pretende alargar a capacidade de avaliação em situações clínicas específicas, utilizando testes rápidos, um modelo já implementado com sucesso em países como o Reino Unido. Ema Paulino esclareceu que o objetivo é aproveitar a qualificação das equipas farmacêuticas para uma primeira avaliação, sempre em comunicação com o médico. “Temos equipas altamente qualificadas e disponíveis para realizar essa avaliação e comunicar, naturalmente, com o médico”, sublinhou.
A ideia é vista como uma forma de otimizar os recursos do sistema de saúde, direcionando os casos mais simples para as farmácias comunitárias e libertando os serviços de urgência para situações mais graves.
No entanto, a proposta encontrou resistência.
A Ordem dos Médicos criticou a iniciativa, e as unidades de saúde familiar também manifestaram o seu desacordo, defendendo que a gestão de infeções, mesmo que ligeiras, deve permanecer na esfera médica para garantir a segurança do diagnóstico e do tratamento.
Em contrapartida, os administradores hospitalares, representados por Xavier Barreto, consideram a proposta uma “boa possibilidade”, embora ressalvem que a sua implementação teria de ser cuidadosamente planeada e regulamentada.
O debate centra-se, assim, na redefinição de competências e na colaboração entre diferentes profissionais de saúde para melhorar a eficiência do SNS.














