A organização adverte que estes produtos estão a funcionar como uma porta de entrada para a dependência da nicotina, comprometendo décadas de progresso no controlo do tabagismo. De acordo com o “Relatório Global da OMS sobre as Tendências da Prevalência do Tabaco 2000-2024”, o número total de utilizadores de cigarros eletrónicos ultrapassou os 100 milhões, incluindo 86 milhões de adultos. Etienne Krug, diretor de um departamento da OMS, afirmou que, embora promovidos como uma alternativa menos nociva, "estes produtos estão, na verdade, a viciar os jovens em nicotina mais cedo".
O relatório revela uma situação paradoxal: enquanto o consumo de tabaco convencional diminuiu 19,5% desde 2000, o uso de dispositivos eletrónicos expande-se, especialmente em países de rendimento elevado. A Europa destaca-se como a região com a maior prevalência de fumadores (24,1%) e o maior consumo de cigarros eletrónicos entre adolescentes (11,6%).
Em Portugal, o cenário é misto.
O país regista uma das taxas mais baixas de utilização de cigarros eletrónicos entre adultos (1%), mas o consumo de tabaco convencional (28,6%) permanece acima da média mundial. Entre os jovens portugueses dos 13 aos 15 anos, a prevalência do uso de cigarros eletrónicos é de 5%, inferior à média mundial de 7,2%.
A OMS apela aos governos para que ajam de “forma rápida e enérgica” para travar a expansão destes produtos, reforçando as restrições à publicidade e venda a menores.














