Ema Paulino alertou ainda que as redes sociais não são as fontes mais fiáveis para obter informação sobre saúde.

Durante a cerimónia comemorativa dos 60 anos do Programa Nacional de Vacinação, Ema Paulino partilhou dados de um acompanhamento realizado pela ANF desde 2023, que mostra uma tendência crescente de hesitação. Embora a recusa da vacina da gripe se mantenha estável em cerca de 10%, a presidente da ANF notou que a hesitação “tem ganhado terreno à aceitação”.

No entanto, a maior preocupação reside na vacinação contra a COVID-19, onde se verificou “um aumento para o dobro” na recusa entre os mais jovens.

Ema Paulino sublinhou a importância de os profissionais de saúde estarem preparados para lidar com esta realidade, combatendo a desinformação com pedagogia e esclarecimento.

“É importante explicar às pessoas por que é que as redes sociais e os motores de busca podem não ser os melhores locais para procurar informação”, afirmou, explicando que os algoritmos tendem a criar bolhas informativas que reforçam crenças, mesmo que erradas. A enfermeira Lurdes Costa e Silva, da ULS de Lisboa Ocidental, corroborou esta visão, afirmando que os profissionais de saúde devem estar bem fundamentados, pois as gerações mais novas de pais “não têm memória da doença” e não viram os efeitos de patologias como o sarampo ou a poliomielite. José Albino, presidente da associação de doentes RESPIRA, também defendeu a necessidade de combater a má informação e de incentivar a vacinação em adultos, onde ainda há margem para evoluir.