Esta abordagem visa combater o estigma e incentivar a procura de apoio médico numa fase precoce.
A campanha, intitulada “Quanto pesa o medo?”, foi desenvolvida pela Associação Portuguesa de Pessoas que vivem com Obesidade (ADEXO) e por sociedades médicas, com o apoio da Novo Nordisk. O objetivo é desmistificar a obesidade, que afeta cerca de dois milhões de adultos em Portugal e está associada a mais de 200 outras doenças. Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), sublinha que o tratamento assenta em “três pilares fundamentais”: alterações comportamentais, medicação e cirurgia.
A especialista destaca a existência de “terapêuticas médicas muito eficazes e que são muito seguras e bem toleradas”, permitindo tratar a obesidade de forma semelhante a outras doenças crónicas como a diabetes ou a hipertensão.
A iniciativa combate o preconceito, muitas vezes presente até nos profissionais de saúde, que reduzem o tratamento a “coma menos e mexa-se mais”. A campanha incentiva a procura de ajuda junto do médico de família, que pode iniciar o tratamento ou referenciar para cuidados hospitalares.
A abordagem terapêutica deve ser individualizada, pois “ao longo da vida, alguém que tem obesidade vai precisando de todas estas terapêuticas”.
Além do impacto na saúde, a obesidade representa uma pesada carga económica, com custos diretos estimados em 1,2 mil milhões de euros em Portugal.
Paula Freitas apela aos decisores políticos, argumentando que “pode ser muito caro tratar a obesidade agora, mas se eu não a tratar agora, vou pagar muito mais quando tiver de tratar aquelas mais de 200 doenças”.














