A maioria dos incidentes deve-se a erros na interpretação das seringas doseadoras, resultando em sintomas neurológicos graves.
O Infarmed e o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM divulgaram uma circular informativa conjunta alertando para o problema, que afeta a população pediátrica a quem é prescrita a solução oral de risperidona.
Entre 2021 e o primeiro semestre de 2025, foram registados 298 casos de sobredosagem acidental em crianças e adolescentes entre os 3 e os 15 anos.
A principal causa identificada foi a leitura incorreta das graduações nas seringas ou pipetas doseadoras, levando, em alguns casos, à administração de uma dose dez vezes superior à prescrita.
Uma revisão conduzida pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu que 74% dos casos notificados foram graves, alguns exigindo hospitalização.
Os sintomas mais frequentes incluíram sonolência, sedação, taquicardia e sintomas extrapiramidais, como tremores, rigidez muscular e dificuldades na marcha.
Em resposta, as autoridades de saúde recomendaram que os fabricantes de medicamentos com risperidona alterem os folhetos informativos e os dispositivos de dosagem para melhorar a visibilidade das graduações e incluir ilustrações claras. O Infarmed apela aos profissionais de saúde e farmacêuticos para que instruam devidamente os cuidadores sobre o uso correto dos doseadores e os informem sobre os sinais de sobredosagem, recomendando o contacto imediato com o CIAV ou a procura de assistência médica em caso de suspeita.














