As regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental apresentam as taxas mais elevadas, com uma em cada três infeções a demonstrar resistência.

A situação agrava-se em locais com sistemas de saúde frágeis, incapazes de diagnosticar e tratar adequadamente os agentes patogénicos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “a resistência antimicrobiana está a ultrapassar os avanços da medicina moderna, ameaçando a saúde das famílias em todo o mundo”.

O relatório destaca o perigo crescente de bactérias Gram-negativas, como a E. coli e a Klebsiella pneumoniae, responsáveis por infeções graves da corrente sanguínea. Mais de 40% das infeções por E. coli e mais de 55% por K. pneumoniae são agora resistentes às cefalosporinas de terceira geração, o tratamento de primeira linha. A eficácia de antibióticos essenciais, como os carbapenemos e as fluoroquinolonas, está igualmente a diminuir, forçando a dependência de fármacos de último recurso, que são caros e de difícil acesso. A OMS apela a uma ação concertada para reforçar a vigilância, promover o uso responsável de antibióticos e garantir o acesso a diagnósticos e vacinas de qualidade.