Este interesse coincide com o crescente reconhecimento da obesidade como uma doença crónica cujo tratamento pode, segundo especialistas, incluir medicação.

Um estudo da plataforma Fixando, divulgado no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, indica que 52% dos utilizadores portugueses afirmam estar recetivos ao uso de medicamentos para emagrecer, enquanto 48% preferem métodos naturais e acompanhamento nutricional tradicional.

A principal motivação para procurar um nutricionista continua a ser a perda de peso, indicada por 76% dos inquiridos. Esta tendência para a medicalização da perda de peso surge num contexto em que especialistas e sociedades médicas reforçam a mensagem de que a obesidade é uma doença crónica e tratável. Numa campanha de sensibilização intitulada “Quanto pesa o medo?”, a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) e outras associações alertam para as mais de 200 doenças associadas à obesidade.

Paula Freitas, presidente da SPEDM, explica que os tratamentos assentam em “três pilares fundamentais”: alterações comportamentais, medicação e cirurgia.

A especialista insiste que “hoje, felizmente, podemos tratar as pessoas que têm obesidade como tratamos as que têm diabetes, hipertensão, colesterol alto ou doença cardiovascular”, sublinhando a existência de terapêuticas médicas “muito eficazes e seguras”.

A abordagem médica contrasta com a proliferação de desinformação na área da nutrição e emagrecimento, um dos temas mais visados por narrativas falsas, segundo o projeto Viral Check.