Esta tendência surge num contexto em que a obesidade é considerada uma doença crónica com elevada prevalência em Portugal.

De acordo com dados da plataforma Fixando, 52% dos utilizadores afirmam considerar o uso de fármacos para perder peso, enquanto 48% preferem métodos naturais e o acompanhamento nutricional tradicional.

Esta divisão reflete uma sociedade cada vez mais consciente do impacto da alimentação no bem-estar, mas simultaneamente tentada por “promessas milagrosas”.

A especialista Joana Carvalho alerta para a falta de “coerência entre o que se sabe e o que se faz”, defendendo um reforço da educação alimentar.

Por sua vez, a presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), Paula Freitas, reforça que a obesidade é uma doença crónica com tratamento, cujos pilares são as alterações comportamentais, a medicação e a cirurgia. A especialista insiste que “hoje, felizmente, podemos tratar as pessoas que têm obesidade como tratamos as que têm diabetes, hipertensão, colesterol alto ou doença cardiovascular”, sublinhando a existência de terapêuticas médicas “muito eficazes e seguras”.

O recurso a estes medicamentos deve, no entanto, ser sempre supervisionado por um profissional de saúde, como o médico de família, que pode avaliar a necessidade e referenciar para cuidados especializados, evitando os perigos da automedicação e da desinformação.