Os autores do estudo baseiam-se em evidências de múltiplas áreas, como antropologia, bioquímica e farmacologia, para sublinhar que a folha de coca é cultivada há mais de 8.000 anos e utilizada com segurança como um estimulante suave, medicamento e em rituais por mais de 100 culturas. Dawson M. White, autor principal e investigador em Harvard, afirma que “o historial de utilização segura e a importância cultural da coca contrastam fortemente com os malefícios da cocaína purificada”. A atual classificação, que coloca a folha de coca ao lado de substâncias como a cocaína e o fentanil, é descrita como “enraizada em preconceitos coloniais e ciência ultrapassada”. A OMS encomendou uma revisão científica que, segundo o comunicado, “confirma tanto a ausência de danos para a saúde causados pela folha de coca como os prejuízos concretos devido à sua proibição”.
A desclassificação, defendem os autores, poderia corrigir um erro histórico, permitir a investigação médica sobre os seus compostos e criar novas oportunidades económicas sustentáveis para as regiões andinas, alinhando a política global com a ciência moderna e os direitos dos povos indígenas.













