O estudo baseia-se em evidências de múltiplas áreas, como antropologia, bioquímica e farmacologia, para demonstrar que a folha de coca é uma "planta benigna e útil". Os autores destacam que a planta é cultivada há mais de 8.000 anos e utilizada com segurança como estimulante suave, medicamento e em rituais por mais de 100 culturas.

Segundo Dawson M. White, investigador de Harvard e autor principal, a classificação atual está "enraizada em preconceitos coloniais e ciência ultrapassada".

A discussão ganha relevância no momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) está a rever o estatuto legal da coca, tendo uma reunião do seu Comité de Peritos em Toxicodependência agendada para Genebra. A investigação apoia as petições da Bolívia e da Colômbia para a desclassificação, alinhando-se com as posições de líderes como Ricardo Soberón Garrido, ex-presidente da comissão de política de drogas do Peru, que descreve a folha de coca como uma "planta sagrada e nutritiva". A remoção da lista de substâncias controladas poderia, segundo os autores, corrigir um erro científico e jurídico, defender os direitos indígenas e abrir novas oportunidades para a investigação médica e o desenvolvimento económico sustentável nas regiões produtoras.