O estudo, um dos maiores na área, acompanhou mais de 17.000 adultos com excesso de peso ou obesidade e historial de problemas cardíacos. A investigação confirmou que a semaglutida reduziu a ocorrência de eventos cardiovasculares graves, como enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais, em comparação com um placebo. A análise mais aprofundada dos dados revelou, no entanto, que a magnitude da perda de peso nos primeiros meses de tratamento não era um indicador fiável para prever a redução do risco cardiovascular. Em contrapartida, a diminuição da circunferência abdominal, um marcador associado à perigosa gordura visceral, mostrou estar ligada a melhores resultados clínicos, explicando cerca de um terço do benefício cardíaco observado.
Estes resultados indicam que a semaglutida possui uma proteção cardíaca intrínseca, que opera por vias que transcendem a simples redução de peso.
A descoberta poderá alterar as estratégias de prevenção e tratamento em doentes cardiovasculares com obesidade, deslocando o foco clínico do número de quilogramas perdidos para uma atenção mais detalhada à composição corporal e à gordura abdominal.












