O número de utentes à espera de uma primeira consulta hospitalar no Serviço Nacional de Saúde aumentou 25,6% no primeiro semestre do ano, atingindo quase um milhão de pessoas. A maioria aguarda para além dos tempos máximos de resposta garantidos, levantando sérias preocupações sobre o acesso aos cuidados de saúde. Os dados do Portal do SNS revelam uma situação crítica no acesso à saúde, com o número de utentes em lista de espera a crescer de forma acentuada. Para além das primeiras consultas, as listas de espera para cirurgias, tanto oncológicas como não oncológicas, também registaram um aumento, com mais de 20 mil doentes a aguardar para além do tempo recomendado. O Governo, através do Ministério da Saúde, justifica este agravamento com um aumento da procura que supera a capacidade de resposta do SNS, mesmo com um alegado reforço da oferta de serviços.
No entanto, esta justificação não tranquiliza os profissionais do setor.
Os administradores hospitalares manifestam a sua apreensão e pedem mais investimento para fazer face à crescente pressão sobre os serviços.
A Ordem dos Médicos também expressa a sua preocupação, alertando para as potenciais consequências destes atrasos.
A demora no acesso a uma primeira consulta pode significar diagnósticos tardios e, consequentemente, o adiamento do início de tratamentos essenciais, incluindo a prescrição de medicamentos, o que pode comprometer a eficácia terapêutica e o prognóstico dos doentes.
Em resumoAs listas de espera para uma primeira consulta no SNS agravaram-se, com quase um milhão de utentes a aguardar, um aumento de 25% num ano. O Governo atribui a situação a um aumento da procura que excede a capacidade de resposta, mas gestores hospitalares e a Ordem dos Médicos manifestam apreensão, alertando para o impacto nos diagnósticos e no início de tratamentos.