Falhas recorrentes nos helicópteros de emergência médica do INEM, nomeadamente na base de Loulé, têm comprometido a resposta a situações críticas, resultando em atrasos no transporte de doentes. Em resposta, o Governo anunciou a compra de quatro novas aeronaves para reforçar a capacidade de socorro aéreo. A inoperacionalidade do helicóptero de Loulé tornou-se evidente em vários incidentes graves. Um recém-nascido em estado crítico teve de ser transportado de ambulância de Faro para Lisboa, uma viagem de mais de 300 quilómetros, devido à indisponibilidade da aeronave. Noutro caso, uma vítima de um grave acidente de mota em Castro Verde teve de aguardar pelo helicóptero de Évora, o que duplicou o tempo de espera. O INEM admitiu que o helicóptero de Loulé esteve inoperacional desde sábado por "motivos de manutenção e logísticos", nomeadamente a falta de uma peça de equipamento médico. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de esclarecimento sobre o caso.
Em resposta a esta crise, o ministro da Defesa, Nuno Melo, anunciou no Parlamento a compra de quatro novos helicópteros Black Hawk para a Força Aérea, que serão utilizados para auxiliar a emergência médica até ao final de agosto de 2026.
No entanto, a medida gerou ceticismo.
O candidato presidencial Gouveia e Melo considerou que a aquisição "não vai resolver as muitas falhas do SNS", argumentando que o problema é fundamentalmente organizacional e não apenas de equipamento.
Em resumoAs falhas nos meios aéreos do INEM expõem vulnerabilidades críticas na rede de emergência médica nacional, especialmente no sul do país. Embora a aquisição de novas aeronaves seja uma resposta do Governo, subsistem dúvidas sobre se esta medida será suficiente para resolver os problemas estruturais e organizacionais que afetam a eficácia do socorro de emergência em Portugal.