Esta carência obriga o Estado a gastar milhões de euros em clínicas privadas, sem, contudo, conseguir garantir uma resposta atempada a todos os pacientes.
A situação é particularmente crítica no Instituto Português de Oncologia (IPO), onde a falta de profissionais compromete respostas vitais para travar a progressão e metastização da doença.
Doentes com cancro são forçados a esperar meses por tratamentos que deveriam ser iniciados com urgência, o que diminui a sua eficácia e coloca vidas em risco. Como solução paliativa, muitos destes doentes acabam por ser encaminhados para hospitais e clínicas privadas, uma medida que se revela dispendiosa para o erário público.
Apenas nos primeiros sete meses de 2024, o Estado já gastou sete milhões de euros com esta externalização de serviços. Apesar do investimento avultado, a solução não resolve o problema de fundo, e muitos doentes continuam em longas listas de espera. A notícia expõe uma falha estrutural no planeamento de recursos humanos do SNS, onde a incapacidade de reter e contratar especialistas em áreas cruciais como a radioterapia resulta não só num aumento da despesa, mas, mais gravemente, numa quebra da qualidade e da equidade no acesso a cuidados de saúde essenciais para os doentes oncológicos.












