A atual época gripal está a ter um impacto severo no país, com os números a revelarem a dimensão da crise.
Numa única semana, foram registados 1.200 novos casos, e a pressão sobre os hospitais é evidente, com 46 doentes internados em unidades de cuidados intensivos e mais de 38 mil episódios de infeções respiratórias a sobrecarregarem as urgências. De forma ainda mais alarmante, a gripe é apontada como a principal causa para um excesso de mortalidade de cerca de 600 óbitos no início de dezembro, em comparação com o período homólogo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) contextualiza a situação, alertando para uma época gripal “intensa e precoce” em toda a Europa, prevendo que o pico da epidemia ocorra entre o final de dezembro e o início de janeiro.
Este cenário coloca uma pressão adicional sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante um período festivo, onde o contacto social intensificado potencia a transmissão do vírus.
Em resposta, o governo apela à vacinação, mas esta recomendação contrasta com a realidade no terreno, onde muitas farmácias reportam a falta de vacinas para os grupos não prioritários, criando um paradoxo que pode comprometer a eficácia da resposta de saúde pública e deixar as populações mais vulneráveis, como crianças e idosos, em maior risco.









