O Governo indicou o economista Álvaro Santos Pereira para o cargo de Governador do Banco de Portugal, sucedendo a Mário Centeno, cujo mandato não foi reconduzido. A escolha de um antigo ministro da Economia do governo de Passos Coelho marca uma importante mudança de liderança na autoridade monetária e gerou um debate sobre a independência da instituição e as motivações políticas da decisão. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, justificou a escolha elogiando a “independência política” de Santos Pereira, distinguindo a sua experiência governativa de há uma década da “passagem direta” de Centeno de ministro das Finanças para governador.
A nomeação foi recebida com reações diversas.
O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, manifestou uma expectativa “bastante positiva”, considerando Santos Pereira “uma pessoa prática, de fácil trato”, mas preferiu aguardar para “ver a prática”. O banqueiro elogiou ainda o mandato de Mário Centeno, descrevendo-o como “claramente um grande agregador do sistema” e uma pessoa com “enorme bom senso” e “grande independência de cabeça”.
Politicamente, a decisão foi contestada.
O PS considerou que a não recondução de Centeno se deveu a “razões políticas”, enquanto o BE criticou a nomeação de um nome “próximo do Governo”.
Por outro lado, o PSD, o CDS e o Chega elogiaram a escolha, considerando-a independente.
A transição de poder deverá ocorrer em setembro, após a audição de Álvaro Santos Pereira na Assembleia da República, num processo que redefine a liderança de uma das instituições mais influentes do país.
Em resumoA nomeação de Álvaro Santos Pereira para Governador do Banco de Portugal, em detrimento da recondução de Mário Centeno, assinala uma transição de poder relevante, gerando debate político sobre a independência do cargo, enquanto o setor financeiro adota uma postura de expectativa positiva.