Esta mudança de posição de Portugal, formalizada numa declaração conjunta com outros 14 países, insere-se num movimento diplomático crescente na Europa, impulsionado por nações como França, Reino Unido e Espanha.
O Governo de Luís Montenegro, que até agora defendia que um reconhecimento isolado seria “inconsequente”, justifica a alteração com o “agravamento da situação” em Gaza e os compromissos assumidos pela Autoridade Palestiniana.
O primeiro-ministro defende um “percurso paulatino, seguro, consistente”, com o objetivo de alcançar a “paz no Médio Oriente”.
A decisão gerou reações diversas: à esquerda, partidos como o PS, BE e PCP consideram a medida “tardia”, argumentando que Portugal já deveria ter dado este passo há muito tempo.
O candidato presidencial António Filipe (PCP) lamentou que o país só agora tome esta posição, defendendo que devia ter saído “de uma verdadeira lista da vergonha”. À direita, o Chega defende que a decisão deve ser consensual a nível europeu, enquanto o candidato presidencial Luís Marques Mendes a classificou como “inevitável”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou o processo “muito prudente e muito sensato” do Governo, salientando a importância da concertação com parceiros europeus.