A sentença da Operação Pretoriano, que condenou outros nove arguidos a penas suspensas, representa um desfecho judicial significativo com implicações no poder e influência dentro do clube e na sociedade. O tribunal considerou provado que Fernando Madureira e outros arguidos, incluindo a sua mulher Sandra Madureira (condenada a pena suspensa), delinearam um “plano previamente delineado” para criar um “clima de intimidação e medo” na assembleia geral.
O objetivo era constranger os sócios e garantir a aprovação de uma alteração estatutária favorável à direção de Pinto da Costa. A juíza do caso foi particularmente contundente na leitura do acórdão, dirigindo-se a Madureira para afirmar que a sua atuação representou “uma imposição de uma ditadura e o tempo de Salazar já foi há muito”. Esta declaração sublinha a gravidade dos atos, que foram vistos não como um mero excesso de fervor clubístico, mas como um ataque à liberdade democrática dentro de uma associação.
A condenação a prisão efetiva, a única entre os 12 arguidos, reflete o papel de liderança que o tribunal atribuiu a Madureira na orquestração da violência.
A decisão judicial marca um ponto final numa era de influência da claque nos destinos do clube e representa uma mudança de poder simbólica, alinhada com a recente eleição de André Villas-Boas para a presidência do FC Porto.